1759: PORTUGAL, UMA RETROSPECTIVA - Tinta da China
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1759: A EXECUÇÃO DOS TÁVORAS, A EXPULSÃO DOS JESUÍTAS E A CONSTRUÇÃO DO ESTADO MODERNO PORTUGUÊS

O ano de 1759 começou com a construção em Belém de uma estranha estrutura em madeira: o cadafalso onde seriam executados os Távoras, uma das mais importantes famílias nobres do reino, os seus criados e os do seu aliado, o duque de Aveiro. Entre os que assistiam à execução estava o rei Dom José, que tinha sido alvo de um atentado no mês de Setembro do ano anterior. A autoria moral do atentado tinha sido atribuída aos Távoras por uma junta da inconfidência, que terminara o seu julgamento na véspera da execução. Estava também presente um homem que ainda não era conhecido pelo nome com que passaria à história: Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro conde de Oeiras e sobretudo futuro marquês de Pombal. Neste volume, faz‑se uma rápida regressão de memória para entender como chegaram ao cadafalso aquelas pessoas, num reino ainda abalado pela destruição da sua capital no Grande Terramoto de 1755. Esboça‑se o que seria «uma história global de Pombal», que nos leva a Goa e a Angola, a Londres e a Viena, e às fronteiras da América Portuguesa tanto no Brasil como no Estado do Grão-Pará e Maranhão. Trata‑se de uma volta de 360 graus pelo ano que definiu aquilo a que depois se chamou pombalismo, e que tão decisivo seria para a construção de Portugal enquanto Estado parceiro das «nações polidas e civilizadas da Europa».

Catarina Madeira-Santos

Catarina Madeira-Santos é maître de conférences na École des Hautes Études en Sciences Sociales desde 2007, investigadora estatutária do Insti­tut des Mondes Africains e associada ao Groupe d’Études Ibériques. Ensina História de África, do Império e da Colonização. Investiga sobre cidades imperiais, arquivos africanos e escrita em Angola, política imperial das Luzes e escravatura na África central. Entre outros títulos, publicou Goa é a chave de toda a Índia. Perfil político do Estado da Índia, 15051570 (1999); A apropriação da escrita pelos africanos. Arquivo Caculo Cacahenda (com A.P. Tavares, 2002); Um Governo polido para Angola. Reconfigurar dispositivos de domínio, 1750c.1800 (2005).

Rui Tavares

Rui Tavares (Lisboa, 1972) é licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, com mestrado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e doutoramento pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. Autor de vários livros, entre os quais o Pequeno Livro do Grande Terramoto — prémio RTP/Público de melhor ensaio de 2005 — e O Censor Iluminado — premiado pela Academia da História Portuguesa como melhor livro de história de Portugal em 2019. Já foi professor associado convidado na Universidade Nova de Lisboa, investigador visitante na Universidade de Nova Iorque (2016) e no Instituto Universitário Europeu de Florença (2018), bem como professor visitante na Brown University (2018) e na Universidade de Massachusetts (2020). É o autor do programa televisivo de divulgação histórica Memória Fotográfica (RTP, 2018) e do podcast de história Agora, Agora e mais Agora, também publicado em livro, e é o director de Portugal: Uma Retrospectiva. Actualmente, é deputado à Assembleia da República pelo partido LIVRE.