
1961: A GUERRA COLONIAL, AS REVOLTAS ESTUDANTIS E A DITADURA
De onde nasceu o Portugal de 1974, da Revolução dos Cravos e do regime democrático? Há muitas respostas para esta pergunta, mas provavelmente uma das mais certeiras será a que encontramos neste volume: o ano de 1961. Se há ano pleno de significados para a história do fim do regime do Estado Novo, mas também para a do arrastado encerramento do longo ciclo imperial português, é precisamente este. Das águas das Caraíbas ao plaino africano e às contradições de uma metrópole que tentava construir um mundo à parte para si mesma — orgulhosamente só, se necessário fosse —, tomamos aqui consciência do entrecruzamento dos olhares e das vontades que fizeram de uma situação de bloqueio um momento de viragem.
António Tomás
Nasceu em Luanda, em 1973. É jornalista e antropólogo e colabora frequentemente em vários órgãos da imprensa angolana, como o Jornal de Angola e o Angolense.
Começou a sua carreira de jornalista na Rádio Nacional de Angola, em 1991, e na Agência Angola Press, em 1992. Mais tarde, a residir em Lisboa, escreveu para vários periódicos, entre os quais o jornal Público, onde assinou recensões críticas sobre literatura africana.
Membro fundador do Grupo de Teatro Museu do Pau Preto, foi autor e co-autor de peças representadas em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente Museu do Pau Preto e Cabral.
Actualmente, divide as suas tarefas profissionais entre Luanda, Lisboa e Nova Iorque, onde se doutorou em antropologia na Universidade de Columbia sob o tema: «Os efeitos da dolarização no nível de vida das populações em Angola».
A obra O Fazedor de Utopias – uma biografia de Amílcar Cabral foi publicada em Cabo Verde pela Editora Spleen.
Pedro Aires Oliveira
Pedro Aires Oliveira (Lisboa, 1971) é professor do Departamento de História da FCSH-NOVA e investigador do Instituto de História Contemporânea, que coordena desde 2015. Os seus principais domínios de investigação são a história das relações internacionais, o colonialismo e a descolonização.
Em 2000 publicou o livro Armindo Monteiro. Uma biografia política (Prémio Aristides Sousa Mendes, da Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses, e Menção Honrosa do Prémio da Fundação Mário Soares), e em 2004 foi o coordenador, com Fernando Rosas, do volume de ensaios A Transição Falhada. O Marcelismo e o Fim do Estado Novo.
Entre 1999 e 2003 foi chefe de redacção da revista Política Internacional e, posteriormente, da revista Relações Internacionais, publicação trimestral do IPRI-UNL.