
O LIVRO QUE NOS DEVOLVE A ORIGINALÍSSIMA OBRA DE HELGA MOREIRA, COM UMA EXTENSA SELECÇÃO DE POEMAS, INCLUINDO INÉDITOS
Dias iguais aos outros e dias fulgurantes sucedem-se nos poemas breves e intensos de Helga Moreira. O tom lírico, quase íntimido, mas esquivo, «de mim de verdade nada digo», recusa tanto o fingimento como a astúcia. É um tom «menor», minimal-quotidiano, com menos factos do que indícios, gestos, aromas, pequenos nadas. Em poucas palavras, com uma pontuação severa e um ritmo entrecortado, os poemas deste volume seguem o exemplo de Elizabeth Bishop: a perda e o engenho, o tumulto controlado, amoroso ou de outra natureza. Se o ambiente de ansiedade e astenia sugere uma quietude inquieta, também entrevemos excessos, súplicas e brandos sarcasmos. E uma modéstia enunciativa conduz os poemas para «qualquer coisa de intermédio», à beira do entusiasmo ou do desamparo.
— Pedro Mexia
Helga Moreira
Helga Moreira nasceu na Guarda em 1950 e publicou o primeiro livro, Cantos do Silêncio, em 1978. É formada em Física pela Universidade do Porto, cidade onde vive desde 1968. A sua obra poética inclui os livros Fogo Suspenso (1980), Quem não Vier do Sul (1983), Aromas (1985), Os Dias Todos Assim (1996), Um Fio de Noite (2001), Desrazões (2002), Tumulto (2003) e Agora que Falamos de Morrer (2006).