IDEIA DE HUMANIDADE NA LITERATURA - Tinta da China
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Na literatura, o trabalho artístico sobre a linguagem verbal articula-se com a apresentação de retratos de vida, ou imagens da realidade. Neste livro, a especificidade da representação literária será analisada a partir da leitura atenta dos romances Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley, e A Condição Humana (1933), de André Malraux, bem como das narrativas breves do volume Seis Falsas Novelas (1927), de Ramón Gómez de la Serna.
Assim se perceberá como três autores clássicos do século XX, provenientes de diferentes universos linguísticos e culturais europeus, mas cronologicamente coincidentes no ambiente literário das décadas de 1920 e 1930, representam e reflectem sobre aspectos essenciais da existência humana.

Numa época em que se ensaiavam as mais radicais cisões entre a arte e a vida, em pleno intervalo entre as duas guerras mundiais, Huxley, Malraux e Gómez de la Serna foram escolhidos não porque perfilham paradigmas estéticos distintos de outros escritores do seu tempo, mas sim porque revelam uma consciência discursiva exemplar, ao mesmo tempo que evocam temas fundamentais da sua realidade contemporânea.

Ângela Fernandes

Ângela Fernandes é professora auxiliar do Departamento de Literaturas Românicas e do Programa em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e investigadora integrada do Centro de Estudos Comparatistas da mesma instituição.
As suas principais áreas de pesquisa incluem a Teoria da Literatura, a Literatura Comparada e os Estudos Hispânicos. É autora de Os Efeitos da Literatura. Algumas Questões de Arte e de Moral (2004) e co-editora de Diálogos Ibéricos e Iberoamericanos (2010) e Looking at Iberia. A Comparative European Perspective (2013).