
O SEGUNDO VOLUME DA COLECÇÃO DE LITERATURA E FILOSOFIA PENSA SOBRE AS POSSIBILIDADES DA LINGUAGEM A PARTIR DO EROTISMO
Na tradição ocidental, deu‑se por certa a separação entre Filosofia e Literatura, tendo‑se como consequência um entendimento histórico que cindia, de um lado, a mente, a reflexão ou a razão, e, de outro lado, o corpo, a criação ou a emoção. Perdia‑se, assim, a possibilidade de um conhecimento que, em vez de separar, aproximasse Filosofia e Literatura, perguntando‑se: mas escritores não filosofam, e filósofos não escrevem? Os Ensaios Abertos desta colecção surgiram da vontade de explorar como, apesar da conhecida crítica metafísica que a Filosofia dirigiu à Literatura, elas não cessaram de se aproximar.
Ao reunir neste volume os ensaios que marcam sua notável trajetória de crítica literária, Eliane Robert Moraes se inspira nas concepções de Georges Bataille em torno da falta e dos excessos para ler a erótica brasileira de fins do século XIX até os nossos dias.
Com os olhos voltados para autores tão variados quanto Machado de Assis, Hilda Hilst, Nelson Rodrigues, Roberto Piva ou Reinaldo Moraes, a ensaísta nos convida a conhecer zonas menos frequentadas da nossa parte maldita – e até desconhecidas. Desse percurso tão original quanto rigoroso resulta uma contribuição definitiva para o reconhecimento do lugar do erotismo no cânone literário brasileiro.
Eliane Robert Moraes
Eliane Robert Moraes é professora de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo e pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Assina diversos ensaios sobre o imaginário erótico nas artes e na literatura e a tradução da História do olho, de Georges Bataille. Publicou pela editora Iluminuras os títulos Sade — A felicidade libertina (2015), O corpo impossível (2016), Lições de Sade (2011) e Perversos, amantes e outros trágicos (2013). Organizou a Antologia da Poesia Erótica Brasileira (Ateliê, 2015), editada em Portugal (Tinta‑da‑China, 2017), a Seleta erótica de Mário de Andrade (Ubu, 2022) e, pela Cepe, duas colectâneas de contos eróticos brasileiros: O corpo descoberto (2018) e O corpo desvelado (2022).