AFRICANO DA GRONELÂNDIA - Tinta da China
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O RELATO MÍTICO DO PRIMEIRO ESCRITOR-VIAJANTE AFRICANO

«Tété-Michel, um jovem negro, filho de uma família tradicional africana, com oito mães, as oito esposas do progenitor, nascido num bairro periférico da cidade de Lomé, fez-se a si próprio descobridor. O ‘esquimó africano’, como foi cognominado num documentário que a BBC lhe dedicou, rompeu com uma trágica sina secular, fugindo de casa aos 16 anos [em 1958], para só regressar aos 27.
O Africano da Gronelândia é, a vários títulos, um livro como nenhum outro. A minúcia colocada na observação do quotidiano (as viagens de trenó, a caça às focas, a aurora boreal) e o detalhe com que Tété-Michel descreve a forma como se integrou numa sociedade radicalmente diferente daquela de onde veio (com a troca de casais à vista de todos, a prática do sexo na presença dos filhos, o problema do alcoolismo) fazem-nos descobrir como o mundo pode ainda ser um lugar surpreendente.»
— Carlos Vaz Marques, Prefácio

Tété-Michel Kpomassie

Tété-Michel Kpomassie nasceu no Togo em 1941, numa extensa família tradicional mina. Teve em criança um aterrorizador encontro com uma serpente que o deixou às portas da morte. Recuperando a custo, a família associou a sua salvação ao deus Píton e determinou que a sua vida seria dedicada ao sacerdócio da serpente. O ritmo da convalescença, porém, permite que o jovem Tété‑Michel visite com frequência a modesta livraria evangélica da cidade de Lomé, onde descobre o livro que lhe irá mudar a vida para sempre. Fascinado com o que lê sobre os esquimós da Gronelândia, Tété‑Michel decide ir ao encontro deste povo e para isso, com apenas 16 anos, foge de casa. Entre 1958 e 1965, aprendendo línguas e literatura e trabalhando nos mais variados empregos, progride rumo a norte, passando por várias cidades. Tété‑Michel chega finalmente à Gronelândia em Junho de 1965, onde permanecerá por cerca de ano e meio. O Africano da Gronelândia é o registo magistral desta sua viagem de incessante descoberta, publicado pela primeira vez em 1981, tendo conhecido até hoje várias edições e traduções.