ARMANDO LEÇA - Tinta da China
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Armando Leça foi uma figura nuclear no processo de construção de ícones e narrativas da «música portuguesa» e na sua disseminação junto de diferentes estratos da nossa sociedade, com impacto observável ainda nos dias de hoje. Desenvolveu acções pioneiras no âmbito da composição musical para cinema e para novos modelos performativos, e também no levantamento de músicas de matriz rural, tendo reunido a primeira colecção de registos sonoros extensiva a todo o continente português.
Este livro propõe uma abordagem à realidade musical portuguesa, através do enfoque na actividade de Armando Leça. Músico de intersecção, ele é uma personalidade-chave para compreender as trocas, as dinâmicas e os valores que enformaram a prática musical em Portugal nas três décadas que medeiam a implantação da República e a comemoração do duplo centenário, em 1940.

«Além da análise de fontes primárias, esta publicação contextualiza a obra de Leça em termos políticos, sociais e culturais, perspectivando o seu trabalho no âmbito do nacionalismo musical em Portugal.»
— Salwa Castelo-Branco, da Introdução

Maria do Rosário Pestana

Maria do Rosário Pestana é professora auxiliar convidada na Universidade de Aveiro e investigadora integrada no Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança. Especializada em processos de folclorização e de documentação de música de matriz rural em Portugal, desenvolve actualmente estudos sobre o fado no contexto da emigração portuguesa.
Coordena um projecto de investigação, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (Portugal), que visa o estudo do movimento coral amador em Portugal, e prepara o estudo e a edição crítica dos registos sonoros de música de matriz rural realizados em 1930-40 por Armando Leça.