CADERNO AFEGÃO - Tinta da China

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«Este livro é um acto de coragem. É um acto de optimismo, também. Paul Theroux explica na introdução a O Velho Expresso da Patagónia que ‘os viajantes são essencialmente optimistas, ou então nunca iriam a lado nenhum’. É esse optimismo que permite a Alexandra Lucas Coelho afastar quaisquer receios com uma espécie de fatalismo paradoxalmente empreendedor: ‘não há nada a fazer’. Mesmo quando por instantes se lhe infiltra na mente a dúvida acerca do desconhecido que a certa altura a transporta, sabe-se lá para onde, numa terra onde ‘um estrangeiro é um acepipe’. ‘Não há nada a fazer.’ E a viagem continua. Vamos com ela aos jardins de Babur. Descobrimos com ela – num país masculino, onde até na morgue há frigoríficos distintos para os cadáveres de homens e mulheres – a herança da extraordinária rainha Gowar Shad. Mergulhamos o olhar no azul intenso de Band-e-Amir, um milagre atribuído a Ali, primo e genro do Profeta, que continua a proporcionar a quem o visita os bens mais escassos num país em guerra: tranquilidade e alegria. Aquilo que aqui, a ocidente, a milhares de quilómetros de distância, é apenas um borrão sem nome, uma massa de ideias vagas e de lugares-comuns, geopolítica e geoestratégia, toma a forma de gente concreta, ganha contornos, espessura, rosto. O facto de Alexandra Lucas Coelho escrever tão bem faz o resto. É o meio de transporte em que viajamos por um lugar aonde, é quase certo, nunca iríamos de outro modo.»
— Carlos Vaz Marques 

Alexandra Lucas Coelho

Alexandra Lucas Coelho nasceu em Dezembro de 1967, em Lisboa. Estudou teatro, e comunicação na Universidade Nova.
Tem carteira de jornalista desde Janeiro de 1987. Trabalhou dez anos na rádio, como repórter e editora, e entre 1998 e 2012 no jornal Público, tendo coberto várias zonas de conflito, sobretudo no Médio Oriente e Ásia Central, incluindo uma temporada baseada em Jerusalém. Em 2010 fez uma viagem pelo México e mudou-se como correspondente para o Rio de Janeiro, onde morou até 2014. Foram-lhe atribuídos vários prémios de jornalismo.
Publicou cinco livros de reportagem-crónica-viagem: Oriente Próximo (2007), Caderno Afegão (2009), Viva México (2010), Tahrir (2011) e Vai, Brasil (2013). Em 2012 lançou o seu primeiro romance, E a Noite Roda, vencedor do Grande Prémio de Romance e Novela APE 2012, e em 2014 o segundo, O Meu Amante de Domingo, que saiu em francês, pelas Éditions du Seuil. Deus-dará é o seu mais recente romance.
Vários dos seus livros estão publicados no Brasil.