CADERNOS ITALIANOS - Tinta da China
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«Eduardo Pitta não vê tudo, vê o que consegue ou lhe apetece, reivindica os seus poucos dias em Itália como uma experiência pessoal, idiossincrática, que o faz sentir-se distante da ‘manada’, com seus guias e paragens obrigatórias, para dizerem que está visto. É também por isso que estes diários têm bastantes anotações agastadas ou lascivas, que contrariam a ‘elevação’ própria de certos textos de viagens. Por exemplo, os guardas suíços do Vaticano ‘valem bem uma missa’. […]
Depois, há a questão do dinheiro, insistente, omnipresente, com referências a preços, coisas que custam os olhos da cara, jantares com vários dígitos, e assim por diante. É um tique elitista mas antiaristocrático, uma ‘distinção’, uma provocação, um jogo com o status. O esplendor italiano nasceu da convergência entre o dinheiro e o gosto. E essa mitologia agrada a Eduardo Pitta. Para neo-realismos, bem basta o que basta.»
— Pedro Mexia

Eduardo Pitta

Eduardo Pitta nasceu em 1949. É poeta, escritor, ensaísta e crítico. Poemas seus estão traduzidos em inglês, francês, castelhano e italiano.
Tem poemas, contos e ensaios publicados em revistas de Portugal, Brasil, Espanha, França, Itália, Colômbia, Inglaterra e Estados Unidos.
Entre 1974 e 2011 publicou dez livros de poesia, cinco volumes de ensaio e crítica, uma trilogia de contos, um romance e um diário. Os títulos mais recentes são Aula de Poesia (2010), Desobediência (2011) e Um Rapaz a Arder (2013). Participou em congressos, seminários e festivais de poesia em Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Colômbia.
É autor do blogue Da Literatura e crítico literário da revista Sábado.