CENSURA - Tinta da China
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UMA GRANDE INVESTIGAÇÃO SOBRE OS PRIMEIROS BOLETINS DA CENSURA À IMPRENSA EM PORTUGAL

A Colecção Ephemera revela aos leitores os primeiros boletins semanais de cortes à imprensa, produzidos em 1932, ainda sob a Ditadura Militar. Abre-se assim caminho a uma nova interpretação — mais profunda e rigorosa — da vida social, política e económica do país num momento em que a vitória do Estado Novo era tudo menos incontestada.

«O livro de Júlia Leitão de Barros mostra como se construiu essa arma política do Estado Novo, destinada a garantir ‘que só existe o que se sabe que existe’, como dizia Salazar. E, usando os boletins de cortes da imprensa iniciados nos anos 30, revela-nos que o país que ‘existia’ não podia ser conhecido. E que nem mesmo a oposição mais tenaz contra a ditadura podia ‘ver’ esse país real em toda a sua dimensão: o Portugal das fraudes, da pedofilia, das violências anticlericais, das disputas mortais pelas águas ou pelos baldios, do nepotismo e da corrupção dos poderosos, das cunhas, dos espancamentos, das torturas, dos assassinatos, da guerra. O país que não tinha ‘brandos costumes’.»
— José Pacheco Pereira (do Prefácio)

Júlia Leitão de Barros

Júlia Leitão de Barros doutorou-se em História na FCSH-UNL, com a tese O Jornalismo Político Republicano Radical: O Mundo (1900-1907). Lecciona História dos Media na Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa. É investigadora integrada do Instituto de História Contemporânea da FCSH-UNL, e tem centrado o seu trabalho na história do jornalismo em Portugal nos séculos XIX e XX. Das suas publicações mais recentes, destacam-se: O Jornalismo Político Republicano Radical (2021); «O cerco da guerra: diplomacia e política de informação do Estado Novo (1940-42)» (em Salazar, O Estado Novo e os Media: Censura, propaganda e resistência, 2017); «Redações abertas: fontes informativas e terreno de implantação dos jornais políticos» (em Espaços, Redes e Sociabilidades: Cultura política no associativismo contemporâneo, 2016); «O jornalismo político d’O Século e do Diário de Notícias» (em Comunicação Pública, 2015).