CIDADE SOCIAL - Tinta da China

A partir de finais do século XIX, a Revolução Industrial desencadeou um questionamento sistemático sobre a forma da cidade, a cultura doméstica, o espaço da casa e da rua. Esta problematização teve origem na vontade de transformar as relações entre sociedade e território, entre o indivíduo e o colectivo. A partir do início do século XX, a habitação de massas foi, para os arquitectos, o desafio detonador de políticas progressistas e reformistas que deram origem à «cidade social».

Este livro é uma digressão em torno desse conceito, passando pelos seus pontos de referência obrigatórios: a vontade de cooperação e de partilha comum para superar a desigualdade e as condições sombrias geradas pela cidade industrial; as raízes da habitação de aspiração progressista. Trata-se de um périplo por países, pessoas e ideias que culmina em Portugal, onde também foi possível, entre as décadas de 1930 e 1970, concretizar esse desejo.

«A Cidade Social é um livro fundamental, onde o habitar, o fazer habitar e a cidade são fixados lucidamente, e onde ‘o esboroar dos limites entre cidade e campo é acompanhado por uma demografia difusa, gerando novos significados sociais para lá do limite urbano’. Seguindo passo a passo uma narrativa interpretativa, o resultado é uma leitura clara e entusiasmante, que importa ao especialista mas também ao leitor comum interessado no processo de modernização da sociedade, e em particular da habitação.»
— Ana Tostões, Prefácio

Ricardo Carvalho

Ricardo Carvalho nasceu em Lisboa, em 1971, e é arquitecto.
Doutorado em Arquitectura pelo Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (2012), procurou sempre conjugar a prática profissional, o ensino universitário e uma reflexão abrangente sobre os temas da cidade, da arquitectura e da sociedade. Escreve regularmente em várias revistas internacionais de arquitectura e no jornal Público. Foi director do JA – Jornal Arquitectos entre 2005 e 2008.
Foi professor na Universidade de Brandemburgo BTU Cottbus, na Alemanha (2009-2013), na Universidade de Navarra, em Espanha (2013), e lecciona actualmente na Universidade de Carleton, no Canadá. Dirige o Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa.
O trabalho do ateliê Ricardo Carvalho + Joana Vilhena Arquitectos foi objecto de várias exposições internacionais, como «OVERLAPPPINGS. Six Portuguese Architecture Studios», no Royal Institute of British Architects (Londres, 2009); «Tradition is Innovation», no Ozone Design Center (Tóquio, 2011); «Lisbon Ground», a representação portuguesa na Bienal de Arquitectura de Veneza (2012); «A Room for Mexico City», na Liga (Cidade do México, 2013).
Em 2015, o ateliê foi nomeado para o Prémio de Arquitectura Contemporânea Mies van der Rohe.