
«O aliciante projeto não nos poupa ao nervoso miudinho: acompanhar o Prémio Pritzker português Álvaro Siza, numa viagem por quatro bairros sociais da sua autoria em quarto cidades: Porto, Haia, Berlim e Veneza.
‘Traz o caderninho!’, ouve-se Álvaro Siza dizer, ao sair do carro junto ao bairro da Bouça, no Porto. Acende um cigarro quando lança os olhos ao muro que voltou a encher-se de graffiti. Sobe as escadas para se aproximar da parede colorida e fixa o olhar no chão, onde caiu tinta. ‘É bonito o desenho que resultou, tem essas linhas finíssimas e depois as estrelas…’ A Jordi Burch pede que lhe fotografe essas linhas que ele vê terminarem em estrelas. E procura de imediato o resultado no visor do que antecipa ser uma câmara fotográfica digital. Tal não é possível, e o arquitecto surpreende-se. O fotógrafo usa uma analógica Mamiya RB67 com película, que carece de tempo, de revelação, um processo mais demorado, que o seduz pelas surpresas que pode conter.»
— Cândida Pinto
Jordi Burch
Jordi Burch nasceu em Barcelona, em 1979, cresceu em Lisboa, e vive em São Paulo há cerca de dez anos. Estudou Fotografia no Ar.Co, Centro de Arte e Comunicação Visual. Fez parte do colectivo Kameraphoto. Colaborou com vários órgãos da imprensa: Grande Reportagem, Público, Expresso, Folha de São Paulo, Le Monde, Financial Times.
Desde 2008 tem vindo a expor com regularidade em museus e galerias, colectiva e individualmente: Plataforma Revólver (Lisboa), Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), Museu da Electricidade (Lisboa), Centro Cultural de Luanda (Luanda), Museu Afro Brasil (São Paulo), Galeria Nara Roesler (São Paulo), Janaina Torres Galeria (São Paulo), PhotoEspaña (Cuenca).
Em 2015, publicou o livro Havia Sol e Éramos Novos, que fez parte da exposição Fotos contam fatos (Galeria Vermelha, São Paulo). É representado pela Janaina Torres Galeria. Em 2016, participou na Bienal de Arquitectura de Veneza, com a exposição Neighbourhood, do Pavilhão de Portugal.