DIÁRIO DE UM ZÉ-NINGUÉM - Tinta da China
10%

ESTE É «O LIVRO MAIS ENGRAÇADO DO MUNDO», DISSE EVELYN WAUGH

O relato épico de uma vida extraordinária: eis como não podemos descrever este livro. Charles Pooter está a meio caminho da vida, e decide começar a registar num diário os acontecimentos do seu dia-a-dia. É um homem de ambições modestas, satisfeito com o seu modesto emprego e a sua modesta mulher, menos satisfeito com o seu filho estouvado e os seus amigos impertinentes. No diário, anota as idas ao talho, a dificuldade de consertar o alpendre, o preço da engomadoria, as crises da criada, os devaneios da mulher, as tolices do filho, os serões de convívio com os amigos, a magnanimidade do patrão. Uma vida normal muito digna de nota, já que este zé-ninguém se tornou uma personagem cómica imortal, satirizando a classe média suburbana londrina do século XIX.

«Não consigo perceber por que razão — lá porque não me calhou ser alguém— o meu diário não seria interessante. Só me arrependo de não o ter começado quando era jovem.»

George Grossmith

George Grossmith nasceu em Islington, Londres, em 1847. Frequentou um colégio interno em Hampstead, onde estudou piano e deu os primeiros passos enquanto artista, entretendo colegas e professores com pantominas e canções. Durante a adolescência, interessou-se pela fotografia e pela pintura, embora tenha sido o seu irmão Weedon quem prosseguiu estudos artísticos.
A família Grossmith movia-se com naturalidade no meio das artes, convivendo com escritores, actores, músicos, jornalistas e produtores. George acabou por seguir as passadas do seu pai, substituindo-o a partir da década de 1860 enquanto repórter do The Times, função que desempenhou ao longo de vários anos. Pela mesma altura, começou a escrever textos humorísticos em vários periódicos e a participar em espectáculos de teatro amador.
Casou-se em 1873 com Emmeline Rosa Noyce, com quem teve quatro filhos. Um pouco antes, em 1870, tornou-se actor profissional, com um sketch intitulado Human Oddities, escrito pelo seu pai, e uma canção chamada «The Gay Photographer», com letra de George Grossmith pai e música de George Grossmith filho. A partir de 1873, e ao longo de vários anos, pai e filho estiveram juntos em tournées de espectáculos humorísticos por todo o Reino Unido, regressando a Londres ao fim-de-semana para visitar a família. Ao fim de algum tempo, contudo, os Grossmith desejavam assentar novamente na capital. Aproveitando um convite para o papel principal em The Sorcerer — um êxito retumbante no Savoy Theatre, em Londres —, George Grossmith acabou depois por criar todos os nove papéis principais de barítono nas famosas Savoy Operas em Londres, entre 1877 e 1889. Ao cabo desses anos, retomou a sua carreira de pianista, com digressões pelo Reino Unido, Irlanda e até pelos Estados Unidos da América, num período que durou quinze anos.
Em 1892, George Grossmith e o irmão, Weedon, iniciaram uma colaboração com vista a expandir uma série de textos humorísticos que haviam escrito em conjunto para a publicação Punch, entre 1888 e 1889. Assim surgiu Diário de Um Zé-Ninguém, publicado como romance, e que nunca deixou de estar em circulação desde a primeira edição.
A fulgurante carreira de George Grossmith como humorista, actor, músico e compositor durou mais de quarenta anos, até 1908: além das extensas digressões, escreveu três livros, compôs dezoito óperas cómicas e cerca de seiscentas canções e peças para piano.
Morreu em Folkestone, no Kent, em 1912.

Weedon Grossmith

Weedon Grossmith nasceu em Islington, Londres, em 1854. Frequentou um colégio interno em Hampstead, e depois prosseguiu estudos artísticos na West London School of Art, na Slade e na Royal Academy. Não alcançando contudo o sucesso desejado enquanto pintor, acabou por seguir as passadas do pai e do irmão mais velho, enveredando por uma carreira no teatro, enquanto actor, dramaturgo e humorista. Depois de um começo periclitante, acabou por ser bem-sucedido nesta área, participando em mais de setecentas récitas em quatro teatros do West End londrino, até 1918.
Casou-se em 1895 com a actriz May Lever Palfrey, com quem teve uma filha.
Weedon Grossmith escreveu um romance, várias peças de teatro e também a sua autobiografia. Em 1892, iniciou uma colaboração com o irmão George, com vista a expandir uma série de textos humorísticos que haviam escrito em conjunto para a publicação Punch, entre 1888 e 1889. Assim surgiu ola , cuja autoria pertence aos dois irmãos e que foi ilustrado por Weedon.
Morreu em Londres em 1919.