EQUATORIAL - Tinta da China
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O primeiro livro em Portugal de um dos mais estimulantes poetas brasileiros contemporâneos.

«Há poetas muito intelectuais, poetas muito ciosos, poetas que empurram os limites da poesia, poetas que praticam formas velhas a contrapelo da época, poetas que elaboram uma linguagem poética que só existe em seus poemas, poetas para quem a língua é uma máquina de efeitos, etc. Mas são tão ou mais raros aqueles poetas cuja linguagem atinge um conhecimento íntimo da língua usada, sem ruído espalhafatoso […]. Fabiano Calixto é um desses raros poetas.»
Dirceu Villa (do posfácio)

Na última década, Fabiano Calixto revelou-se como um dos mais estimulantes poetas brasileiros de agora. O seu «anarco-lirismo» manifesta uma enorme inventividade e variedade: declarando que «a morte da metáfora é uma metáfora», Calixto regista epifanias delicadas e minimais ao jeito da poesia oriental; descreve itinerários citadinos com «um certo fluxo / que coloca a prosódia sob uma tutela ondulante»; capta situações circunstanciais em versos imagistas e imagéticos; multiplica-se em textos coloquiais mas sofisticados, vibrantes de jogos fonéticos, vocábulos raros, haicais, falsos sonetos, palavras concentradas ou expansivas, inventários, montagens, parêntesis, citações. Em constante diálogo com a poesia brasileira moderna, de Drummond aos novíssimos, Calixto recupera em especial o legado pós-concretista e a marginalidade da chamada «geração mimeógrafo». Uma poesia pop e culta, que cita Wallace Stevens e os Ramones, poesia urbana mas não cínica, eufórica e grave, ácida quanto ao presente e ao futuro da democracia brasileira, mas terna na evocação familiar ou no lirismo amoroso: «o amor […] é / a parte que mais arde da eternidade».
— Pedro Mexia

Fabiano Calixto

Fabiano Calixto (1973) nasceu em Garanhuns, Pernambuco, Brasil. É mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo. Publicou sete livros de poesia: Algum (1998), Fábrica (2000), Um mundo só para cada par (2001), Música possível (2006), Sangüínea (2007), A canção do vendedor de pipocas (2013), Para ninar o nosso naufrágio (2013) e Nominata morfina (2014).
Traduziu poemas de Jim Morrison, Gonzalo Rojas, Allen Ginsberg, John Lennon, Roberto Bolaño, Laurie Anderson, Benjamín Prado, Heriberto Yépez, Lawrence Ferlinghetti, entre outros. Editou, com Angélica Freitas, Marília Garcia e Ricardo Domeneck, a revista de poesia Modo de Usar & Co.