FELICIANO - Tinta da China
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UM ROMANCE PICARESCO, RETRATO DE PORTUGAL NO SÉCULO XX

Ninguém pense que o nosso protagonista, lá por ter recebido na pia o nome de Feliciano, reforçado pelo sobrenome de Boaventura, foi um homem feliz. Pelo contrário, foi a mais infeliz das criaturas, a quem tudo de mal aconteceu na sua existência breve, desde o berço até à cova. Seria caso para dizermos que o nome da personagem é tragicamente irónico — se não soubéssemos que é antes um inofensivo divertimento do autor.

Feliciano é em primeiro lugar a história das mil desventuras de um homem malfadado, que aos poucos o vão levando à loucura e à morte. É também o retrato de uma vila do interior, com as suas figuras típicas e os seus tiques, e do seu confronto com os novos tempos que desembocam no 25 de Abril. E é ainda uma reflexão sobre o mistério da sorte e do azar.

A.M. Pires Cabral

A.M. Pires Cabral nasceu em Chacim, Macedo de Cavaleiros, em 1941. Licenciou-se em Filologia Germânica. Foi professor e animador cultural. Publicou vários volumes de crónicas e de ficção, tendo ganho o Prémio Círculo de Leitores, o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco e o Grande Prémio de Literatura DST.
Como poeta, estreou-se em 1974 com Algures a Nordeste, a que se seguiram Solo Arável (1976), Trirreme (1978), Nove Pretextos Tomados de Camões (1980), Boleto em Constantim (1981), Os Cavalos da Noit (1982), Sabei por onde a Luz (1983), a antologia Artes Marginais (1998), Desta Água Beberei (1999), O Livro dos Lugares e Outros Poemas (2000), Como se Bosch Tivesse Enlouquecido (2003), Douro: Pizzicato e Chula (2004), Que Comboio é Este (2005), Antes Que o Rio Seque: Poesia Reunida (2006), As Têmporas da Cinza (2008), Arado (2009), Cobra-d’Água (2011), Gaveta do Fundo (2013) e Trade Mark (2018).
Pela sua obra poética, foram-lhe atribuídos os prémios D. Dinis, Luís Miguel Nava e PEN Clube. Gaveta do Fundo recebeu a distinção de Melhor Livro de Poesia em 2013 (SPA). Está traduzido em alemão, castelhano e italiano.