FRANCIS SMITH (1881-1961) - Tinta da China
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UM NOVO E MUITO DEVIDO OLHAR SOBRE A PINTURA DE FRANCIS SMITH

Francis Smith (1881-1961) é uma das figuras mais singulares do modernismo em Portugal. Nascido em Lisboa, cedo emigrou para Paris, participando com sucesso crítico nos mais importantes circuitos expositivos parisienses da época. Tornou-se assim o artista português com maior presença no panorama cultural francês da primeira metade do século XX, integrado na muito reconhecida Escola de Paris.

Não obstante, em Portugal a sua pintura foi sendo acriticamente remetida a um lugar historiográfico menor. O autor ficou preso ao título simplista de «pintor da saudade portuguesa» e a análise do seu trabalho foi sendo limitada à aparência naïf. A presente monografia revisita a obra de Francis Smith e aprofunda a ideia de que a sua expressão ingenuísta convoca um imaginário intimista, adequado à geografia sentimental de um emigrado que assume a procura de um universo evocativo de temporalidade suspensa, delineando o que poderemos designar como uma «busca do tempo perdido».

Jorge Gonçalves da Costa

Jorge Gonçalves da Costa (Guimarães, 1990) é licenciado (2012, FCSH-UNL) e mestre em História da Arte (2014, Université Paris-Sorbonne – Les Beaux-arts portugais aux Expositions Universelles de Paris, 1855-1900). Ao longo da última década, tem-se dedicado ao estudo da produção artística dos séculos XIX e XX em Portugal, com particular interesse nos diálogos internacionais com os circuitos culturais franceses e brasileiros. Na actualidade, desenvolve uma tese de doutoramento em História da Arte na FCSH-UNL com o título A Obra de José Júlio de Souza Pinto no Contexto de Uma Geografia Alargada do Naturalismo (Portugal, França, Brasil), orientada por Raquel Henriques da Silva e com patrocínio da Bolsa da FCT. É membro do Instituto de História da Arte.