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Um trabalho de campo sobre o modo como os jornalistas da RTP vivem a sua responsabilidade social.

«Ninguém procure neste livro um tratado de neutralidade axiológica sobre o jornalismo em torre de marfim. Mas que ninguém encontre nele qualquer argumento para vilipendiar o exercício vigilante e íntegro de uma profissão constitutiva das democracias exigentes.»
— João Teixeira Lopes

Indispensável ao bom funcionamento das sociedades democráticas, o jornalismo televisivo é a principal fonte de informação dos portugueses. Enquanto serviço público de televisão, incumbe à RTP proporcionar uma informação isenta, rigorosa, plural e contextualizada, aberta à expressão e ao confronto das diversas correntes de opinião. Deve fazê-lo de uma forma imparcial e independente perante poderes públicos e interesses privados. Mas terão os seus jornalistas condições para corresponder a esta exigência e à responsabilidade que ela implica?
Para responder a esta questão, Diana Andringa – ela própria uma antiga jornalista na RTP – desenvolveu um trabalho de campo sobre o modo como os jornalistas da RTP vivem a sua responsabilidade social. E porque o exercício da responsabilidade pressupõe a existência de liberdade, observou igualmente os constrangimentos que pesam sobre a actividade desses jornalistas, procurando identificar as consequências da passagem de uma situação de monopólio a uma situação de concorrência.
Recorrendo, para além da observação participante, a entrevistas, inquéritos por questionário e análise de documentos, Diana Andringa analisou também a forma como a Informação da RTP1 reagiu em três situações: a ocupação do piso térreo da sua sede por Manuel Subtil, o pseudo-arrastão de Carcavelos e o referendo sobre a interrupção voluntária de gravidez.

Diana Andringa

Diana Andringa nasceu em 1947, no Dundo, Lunda-Norte, Angola, vindo para Portugal em 1958. Em 1964 ingressou na Faculdade de Medicina de Lisboa, que abandonou para se dedicar ao jornalismo. Em 1968, frequentou o Primeiro Curso de Jornalismo, criado pelo Sindicato dos Jornalistas, e entrou para a Vida Mundial, de onde saiu no âmbito de uma demissão colectiva.
Desempregada, foi copy-writer de publicidade, trabalho que a detenção pela PIDE, em Janeiro de 1970, interrompeu. Condenada a 20 meses de prisão por apoio à causa da independência de Angola, voltou ao jornalismo. De 1978 a 2001, foi jornalista na RTP. Foi também cronista no Diário de Notícias, na RDP e no Público e fugaz directora-adjunta do Diário de Lisboa. Actualmente documentarista independente — Timor-Leste, o sonho do crocodiloGuiné-Bissau: as duas faces da guerraDundo, memória colonial; Tarrafal: memórias do campo da morte lenta —, regressou à universidade, doutorando-se em Sociologia da Comunicação pelo ISCTE em 2013.