
«Sabe-se lá o que a noite propicia e proporciona. Perdi a conta ao número de vezes em que me foi garantido que de noite todos os gatos são pardos. Sobre tudo, podem escrever-se tratados objectivos e rigorosos, descritivos, científicos, indesmentíveis; ou: podem procurar-se elos ocultos, memórias soterradas, pequenas verdades íntimas. Na noite cabe tudo: o tangível e o imaginado, a insónia e o sono, o sonho e o pesadelo, o cansaço e o descanso, a boca que beija e a boca que morde, o isqueiro e a lâmina, o salto e o susto, a sombra e a sombra da sombra.»
— Carlos Vaz Marques
Textos de Alexandre Andrade, William Boyd, A.M. Pires Cabral, Matilde Campilho, Dulce Maria Cardoso, Mário Cláudio, José Riço Direitinho, Nuno Júdice, Robert Macfarlane, Jay McInerney, Antonia Pellegrino, Ana Teresa Pereira, Helen Simpson, Colin Thubron
Ensaio fotográfico de Jordi Burch
Ilustrações de Rachel Caiano
Capa de Jorge Colombo
Carlos Vaz Marques
Carlos Vaz Marques (1964) é jornalista, tradutor e editor.
É co-autor e coordenador do Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer, que sucede ao programa Governo Sombra, criado em 2008 na companhia de Pedro Mexia, João Miguel Tavares e Ricardo Araújo Pereira, e actualmente emitido pela SIC Notícias.
É autor premiado também na rádio como na televisão, destacando-se, entre essas distinções, o Prémio de Jornalismo Científico pela reportagem «Dari, Primata Como Nós», sobre os chimpanzés da Guiné-Bissau, e o Prémio Autores, conquistado por três vezes: com o programa radiofónico Pessoal e… Transmissível, com o programa Governo Sombra e com a série documental emitida pela RTP Herdeiros de Saramago.
Foi, até 2018, o director da revista literária Granta Portugal, publicada pelas Edições Tinta-da-china desde 2013.
Dirige, também na editora Tinta-da-china, a Colecção de Literatura de Viagens, já com mais de meia centena de títulos publicados.
Traduziu mais de uma dezenas de obras literárias e tem quatro livros de entrevistas publicados, um deles no Brasil.