HISTÓRIA A HISTÓRIA - Tinta da China
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O LIVRO DA GRANDE SÉRIE DA RTP SOBRE O COLONIALISMO

Do início sangrento da guerra colonial em Angola ao que resta das «aldeias portuguesas» no colonato do Limpopo; da revolta da população branca de Lourenço Marques contra os Acordos de Lusaca à histórica barragem de Cahora Bassa; da «Operação Mar Verde», desastroso ataque à Guiné Conacri, ao campo de concentração do Tarrafal; da Casa dos Estudantes do Império, em Lisboa e Coimbra, onde se reacendeu a chama da libertação das nações sob domínio colonial, ao dramático retorno a Portugal de 500 a 700 mil colonos brancos de Angola e Moçambique: Fernando Rosas revisita os lugares simbólicos das antigas colónias africanas portuguesas, e assim recontextualiza polémicas, e discute os momentos decisivos da guerra e os efeitos sociais da queda do regime.

História a História — África surge no decurso de um debate surdo acerca dos tão glosados «brandos costumes» do colonialismo português, revisitando e desconstruindo os seus três grandes mitos:
• a longa «pax» imperial portuguesa em África, só interrompida por intriga externa, quando na verdade, em perto de cem anos de ciclo africano do império, mais de 50 foram consumidos em guerras de ocupação e sujeição das populações africanas;
• o colonialismo «de rosto humano» e a sua temperança cristã, ainda que investigações recentes revelem um poder colonial essencialmente suportado nesse tripé político e social que foram a discriminação jurídica e racial do Estatuto do Indígena, o trabalho forçado e uma política de terras expropriadora em favor da ocupação branca;
• a mitigada violência na África colonial portuguesa, quando hoje se conhece a brutalidade e extensão da violência repressiva da polícia política nas colónias, bem como o rasto massivo de crimes que deixou no seu encalço, os quais ficaram totalmente impunes.

História a História – África condensa décadas de investigação e compõe um grande fresco sobre a época mais conturbada do século XX português.

Fernando Rosas

Fernando Rosas nasceu em Lisboa em 1946. É professor catedrático jubilado no Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e foi presidente do Instituto de História Contemporânea da mesma faculdade. Desenvolve o seu percurso académico sobretudo em torno da História Contemporânea e da História de Portugal no século XX. Foi membro do conselho de redacção da revista Penélope — fazer e desfazer a História, e director da revista História.
Entre as obras que publicou contam-se: Salazar e os Fascismos (2019); Salazar e o Poder — A arte de saber durar (Prémio PEN Ensaio 2012); Lisboa RevolucionáriaHistória da Primeira República Portuguesa (com Maria Fernanda Rollo); Estado Novo e Universidade — A perseguição aos professores (com Cristina Sizifredo); História e MemóriaEstado Novo nos Anos Trinta — Elementos para o Estudo da Natureza Económica e Social do Salazarismo (1928-1938); coordenação de Portugal e o Estado Novo (1930-1960), vol. XII; Nova História de Portugal (dir. Joel Serrão e A.H. de Oliveira Marques); Estado Novo (1926-1974), vol. VII; História de Portugal (dir. José Mattoso); Portugal Século XX: 1890-1976: Pensamento e Acção PolíticaA Transição Falhada: o Marcelismo e o Fim do Estado Novo: 1968-1974 (coord. com Pedro Aires Oliveira).
Tem livros e artigos publicados em Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos da América e Brasil. Em 2006, foi condecorado pelo presidente da República com a Ordem da Liberdade.