HOJE, NADA - Tinta da China

FOTOGRAFIAS E OBJECTOS QUE NOS DÃO A VER LUGARES, COISAS, GESTOS IMOBILIZADOS

Hoje, Nada é o catálogo bilingue da exposição homónima de Daniel Blaufuks, que esteve patente na Galeria Pavilhão Branco, entre Setembro e Novembro de 2019.

«A obra de Daniel Blaufuks releva uma peculiar mistura entre (auto)biografia e análise histórica, viagem e registo diarístico, factografia e ficcionalidade, predisposições de uma atitude artística e meditativa sobre as realidades que habitamos e sobre o passado que as afecta, entre o colectivo e individual. Através da anotação de momentos, espaços e objectos da vida quotidiana, frequentemente submetida à articulação entre o valor histórico e o potencial rememorativo da fotografia, o trabalho de Daniel Blaufuks distingue-se também por uma persistente reflexão sobre a natureza e o potencial perceptivo da imagem. […] Sem obedecer a nenhum fio cronológico ou narrativo, estas obras surgem como peças de uma realidade necessariamente fragmentária, desconexa e centrífuga. Um mundo em suspenso e sem horizonte, onde quase tudo está fora de campo. Neste contexto, torna-se ainda mais evidente a atracção de Daniel Blaufuks pelos domínios do literário e do cinemático enquanto categorias fortemente conectadas com o exercício especulativo e ficcional.»
— Sérgio Mah

Um livro que reúne vistas de exposição e textos de Tobi Maier (director das Galerias Municipais), de Sérgio Mah (curador), do artista plástico Rui Chafes e do escritor João Miguel Fernandes Jorge.

Daniel Blaufuks

Daniel Blaufuks nasceu em Lisboa em 1963, numa família de refugiados judeus alemães. A sua formação dividiu-se entre a AR.CO, Lisboa, o Royal College of Arts, Londres, e a Watermill Foundation, Nova Iorque.
Fotógrafo, cineasta e artista plástico, tem trabalhado na relação entre fotografia e literatura, através de obras como My Tangier, com o escritor Paul Bowles. Mais recentemente, Collected Short Stories apresentou vários dípticos fotográficos, numa espécie de «prosa de instantâneos», um discurso baseado em fragmentos visuais, que insinuam histórias privadas a caminho de se tornarem públicas. A relação entre o público e o privado, a memória individual e a memória colectiva tem sido, aliás, uma das constantes interrogações no seu trabalho.
Utiliza principalmente a fotografia e o vídeo, apresentando o resultado através de livros, instalações e filmes. O documentário «Sob Céus Estranhos» tem sido apresentado regularmente por todo o mundo, nomeadamente no Lincoln Center, em Nova Iorque. Expôs no Centro de Arte Moderna (Fundação Calouste Gulbenkian), no Palazzo delle Papesse (Siena, Itália), na LisboaPhoto (Centro Cultural de Belém), na Elga Wimmer Gallery (Nova Iorque) e no PhotoEspaña (Madrid), onde o livro «Sob Céus Estranhos» recebeu o prémio de melhor edição internacional do ano de 2007. Neste mesmo ano foi galardoado com o Prémio BES Photo. Em 2011 expôs no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e em 2014 no Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa. É director de imagem da revista literária Granta em Língua Portuguesa, responsável pela escolha dos fotógrafos de cada nova edição.

http://www.danielblaufuks.com/