HOTEL - Tinta da China

PRÉMIO PEN NARRATIVA 2015

«Quando ganhou o euromilhões, Joaquim Heliodoro de Ataíde e Pinto Winzengerode de Mascarenhas Adrião Manoel de Menezes comprou um grande palacete do início do século XX, uma casa que conhecia por fora e por dentro desde criança e a propósito da qual elaborara muitas fantasias, castelãs, hoteleiras e sexuais, e decidiu transformá‑lo num hotel.»

Um homem chamado Joaquim Heliodoro ganhou uma fortuna e comprou um palacete acastelado, no qual resolveu cumprir o sonho de se tornar proprietário de um hotel especial. Para isso, transformou a casa num lugar labiríntico, onde a descoberta inesperada de uma passagem secreta revela que ali ocorreram histórias misteriosas.
O hoteleiro, amante de história, de arquitectura e de pornografia, assuntos a que dedica muitas reflexões ao longo destas páginas, acrescenta ao mistério do palacete o seu próprio mistério e os vícios e fraquezas que o acompanham. São testemunhas e cúmplices desse mistério vários hóspedes do hotel, em particular Manuela e Margareta, duas mulheres que encantam e intrigam Joaquim Heliodoro.

«Hotel alberga tudo. Na sua composição, ele é de uma total impureza, uma mistura de géneros: romance filosófico, gótico, de mistério, fantástico, de vampiros, erótico e pornográfico. A estes géneros tradicionais e codificados poderíamos ainda acrescentar outro do qual ele é – ousamos supor – o inventor: o romance de arquitectura.»
— António Guerreiro, Público 

Paulo Varela Gomes

Paulo Varela Gomes (1952-2016) foi professor dos ensinos secundário e superior até se reformar em 2012, autor de artigos e livros da sua área de especialidade (História da Arquitectura e da Arte), colaborador e cronista permanente de vários jornais e revistas, designadamente do Público, autor e apresentador de documentários de televisão. Escreveu o livro de crónicas Ouro e Cinza, os romances O Verão de 2012Hotel (Prémio PEN Narrativa 2015), Era Uma Vez em Goa (Grande Prémio de Romance e Novela APE 2015) e Passos Perdidos, e o livro de contos A Guerra de Samuel. Em 2015, publicou na revista Granta o texto «Morrer é mais difícil do que parece».