
«Peter Carey percorre a Tóquio moderna e entrevista os protagonistas da cultura da manga, procura respostas impossíveis, naquele estilo levemente ébrio que nos faz nunca perder a sua prosa.»
— Guardian
«Escrito com a destreza narrativa de um romancista de créditos firmados (vencedor do Booker Prize por duas vezes), este livro traz em si, também, a urgência da reportagem e a capacidade de observação do melhor jornalismo. Revela-nos aquilo a que muita gente ainda não terá dado a atenção necessária: que há uma nova geração de adolescentes ocidentais a crescer, nesta primeira década do século XXI, sob a influência da cultura popular japonesa. Peter Carey conduz o filho e é conduzido (levando-nos a nós também nessa viagem) pelos labirintos de uma cultura cheia de códigos mais ou menos impenetráveis para um estrangeiro. Uma cultura bem mais transparente para um adolescente familiarizado com os universos da manga e do anime do que para um adulto à procura de uma chave que se revela quase sempre lost in translation.»
— Carlos Vaz Marques
Peter Carey
Peter Carey nasceu em 1943, na pequena cidade australiana de Bacchus Marsh. Em Melbourne, teve uma breve experiência universitária (estudou Ciências na Monash University) e iniciou-se como «copywriter».
O trabalho enquanto publicitário, que só abandonaria definitivamente em 1990, serviu-lhe de base de sustento, enquanto aprofundava os seus interesses literários e se familiarizava com escritores como Joyce, Beckett, Kafka e Faulkner. Em 1964 começou a escrever os primeiros contos e alguns romances não publicados.
Depois de viajar, no final da década de 60, pela Europa e pelo Médio Oriente, instalou-se em Sidney, onde se manteve em agências de publicidade. Em 1976, juntou-se a uma «comunidade alternativa», perto da cidade de Brisbane, experiência reflectida no romance His Illegal Self (2008). Foi por essa altura que escreveu Bliss, o primeiro romance que publicou (1981).
Ainda do período em que viveu na Austrália datam os romances Illywacker (1985) e Oscar e Lucinda (1988), este último vencedor do Booker Prize.
Em 1990, mudou-se para Nova Iorque, onde se tornaria o escritor australiano internacionalmente mais celebrado, desempenhando um papel de reflexão crítica sobre a identidade e a história do seu país. Tem publicado desde então vários livros, sobretudo de ficção, dos quais se destacam Jack Maggs (1997), A Verdadeira História do Bando de Ned Kelly (2001). Ambos foram distinguidos pelo Commonwealth Writers Prize e o último granjeou-lhe o segundo Booker Prize.
O Japão É Um Lugar Estranho foi publicado originalmente em 2005.