LÁ FORA - Tinta da China

GRANDE PRÉMIO DE CRÓNICA APE 2018

Lá Fora não é um livro sobre viagens demoradas a lugares exóticos, passeios venturosos a altas montanhas ou selvas escuras, ou grandes temporadas em metrópoles sofisticadas: aqui, mais do que lugares físicos onde tenha estado, Pedro Mexia escreve sobre lugares mentais. Há os teatros e as livrarias de Londres, mas também Paris, Texas, de Wim Wenders. Há a Lisboa das Avenidas Novas e do Chiado, mas também as viagens de liteira de Camilo Castelo Branco. Há os verões da infância na Figueira da Foz, mas também a ilha grega de Leonard Cohen. Deambulando por geografias de espécie diferente, Mexia descreve lugares por onde passou e que, de alguma forma, não esqueceu.

«As crónicas de Pedro Mexia contam ‘mil coisas, sem sistema’, como dizia o Eça. Mas contam-nas com olhar certeiro e prosa afiada. Nelas, não há nem ideias excessivas, nem fórmulas bombásticas: a crónica não é feita para impressionar, mas para fazer pensar, ainda que o pensamento apenas se torne visível através de um sorriso, de um esgar, de um suspiro. […] Cada uma das suas crónicas pergunta muito e só aparentemente responde. Digamos que a resposta é, mesmo assim, uma epifania, mas ‘uma epifania sóbria, contida, à inglesa’.»
— António Mega Ferreira, Prefácio

Pedro Mexia

Pedro Mexia nasceu em Lisboa, em 1972. Licenciou‑se em Direito pela Universidade Católica. Escreveu crítica literária e crónicas para os jornais Diário de Notícias e Público. Actualmente colabora com o semanário Expresso. É um dos membros do Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer (SIC Notícias) e mantém, com Inês Meneses, o programa PBX. Foi subdirector e director interino da Cinemateca.
Publicou sete livros de poesia, antologiados em Poemas Escolhidos (2018). Editou os volumes de diários Fora do Mundo (2004), Prova de Vida (2007), Estado Civil (2009), Lei Seca (2014) e Malparado (2017), e as colectâneas de crónicas Primeira Pessoa (2006), Nada de Melancolia (2008), As Vidas dos Outros (2010), O Mundo dos Vivos (2012), Cinemateca (2013), Biblioteca (2015), Lá Fora (2018, vencedor do Grande Prémio de Crónica da Associação Portuguesa de Escritores) e Imagens Imaginadas (2019).
Organizou um volume de ensaios de Agustina Bessa‑Luís, Contemplação Carinhosa da Angústia; a antologia Verbo: Deus como Interrogação na Poesia Portuguesa [com José Tolentino Mendonça]; O Homem Fatal, crónicas escolhidas de Nelson Rodrigues; e Nada Tem já Encanto, antologia poética de Rui Knopfli. Traduziu Robert Bresson, Tom Stoppard, Hugo Williams, Martin Crimp e David Mamet. Coordena a colecção de poesia da Tinta‑da‑china e dirige, com Gustavo Pacheco, a revista Granta em Língua Portuguesa. Em 2015 e 2016 integrou o júri do Prémio Camões.