MACHINAS FALLANTES - Tinta da China
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INCLUI CD

«Um estudo etnomusicológico da música gravada em Portugal desde a primeira notícia no país sobre o fonógrafo Edison, publicada em 1878 (um ano após a invenção do aparelho), até à industrialização da produção fonográfica em meados do século XX.»,
— Salwa El-Shawan Castelo-Branco

Com investigação e iconografia inéditas, Leonor Losa recupera a história da implantação da indústria fonográfica em Portugal. Desde a recepção das tecnologias de gravação e reprodução sonora no final do século XIX, passando pela lenta popularização dos gramofones e dos discos no começo do século XX, até à ampla aceitação social dos anos 30, a música gravada tornou-se sinónimo de distinção social e de luxo. Mas, para além da nova tecnologia, esta é também a história de um mundo de concertos, de teatros de revista, de artistas-intérpretes, de repertórios populares e eruditos. As canções, cançonetas e fados restaurados no CD deste livro constituem documentos raros, gravados nos anos 10 e 20. São eles que — a par das imagens fotográficas da vida social na cidade, dos aparelhos de som, das lojas, das fábricas e dos estúdios, dos teatros e dos protagonistas — conferem existência material à narrativa, transportando-nos directamente para o tempo das machinas fallantes.

Leonor Losa

Leonor Losa nasceu em Braga, em 1981. Investigadora na área da etnomusicologia no INET-Md (UNL-FCSH), dedica-se em particular à mudança no campo da música popular e à sua articulação com as dimensões sociais e institucionais. Tem escrito sobre as políticas, as estéticas e os discursos da indústria discográfica em Portugal.
Trabalhou sobre o contributo do editor discográfico Arnaldo Trindade e da editora Orfeu para a criação, na «música popular portuguesa» pré-revolucionária, de valores sociais de oposição ao Estado Novo. Mais recentemente, investigou as dinâmicas de implantação do mercado discográfico em Portugal no início do século XX e a mobilidade social da música gravada, cujos resultados são apresentados neste livro.
Colaborou na Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX (coord. Salwa Castelo-Branco) enquanto redactora e membro da equipa editorial. Actualmente, dedica-se ao estudo da intersubjectividade, criatividade e memória na produção de world music, no contexto do sul da Europa.