MASSACRE PORTUGUÊS DE WIRIAMU - Tinta da China
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PRÉMIO MARTIN A. KLEIN 2017, que anualmente distingue o mais importante trabalho publicado sobre história africana.

O primeiro grande livro de investigação sobre um dos episódios mais sangrentos da história colonial portuguesa.

Neste estudo aprofundado e destemido, o investigador moçambicano Mustafah Dhada expõe as motivações por detrás do massacre, a forma como os eventos se desenrolaram, os riscos que membros da igreja correram para denunciar a chacina e para a trazer a público, e o enorme impacto, sobretudo para o império português, desta tragédia deliberadamente obliterada – e até hoje nunca abertamente reconhecida – pela narrativa oficial.

«Na manhã de 16 de Dezembro de 1972, tropas coloniais portuguesas reuniram os habitantes de Wiriamu, incluindo mulheres e crianças, no largo principal da povoação e ordenaram-lhes que batessem palmas e que cantassem para se despedirem da vida. Em seguida, os soldados abriram fogo. Os que escaparam às balas foram mortos por granadas. Incitados pelo brado ‘Matem-nos a todos’, os militares levaram o morticínio a quatro povoações vizinhas ao longo do Rio Zambeze, onde o território de Moçambique se estende para o Zimbabué (Rodésia, à data dos acontecimentos), a Zâmbia e o Malawi — uma região designada pelos missionários católicos como ‘a terra esquecida por Deus’. No final do dia, perto de 400 aldeãos tinham sido mortos, e os seus corpos eram lentamente consumidos pelas chamas em piras funerárias ateadas pelos soldados com o capim que cobria as palhotas.»
— Peter Pringle, Prefácio

Mustafah Dhada

Mustafah Dhada nasceu em Buzi, Moçambique. Estudou na Universidade de Sussex e doutorou-se no St. Catherine’s College, na Universidade de Oxford, com uma investigação sobre a história colonial portuguesa em África. Actualmente, é professor de História de África e do Médio Oriente na California State University, e ensina Narrativas Coloniais e Pós-Coloniais no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, onde é investigador assistente. Além de O Massacre Português de Wiriamu é autor de Warriors At Work: How Guinea Was Really Set Free (Niwot: University of Colorado Press, 1993).