
Uma revolução sem sangue?
O que aconteceu na sede da PIDE no 25 de Abril?
Qual o destino dos agentes da polícia política do Estado Novo?
«Salgueiro Maia, falando já de uma janela do Quartel do Carmo, acalma os ânimos com recurso a um megafone: ‘É da mais elementar justiça que não se atente contra a liberdade de ninguém sem que primeiro seja julgado.’ Havia, pois, que entregar a justiça à justiça. Mas seria possível alguém perceber isso na tarde de 25 de Abril de 1974? Seria possível serenar os ânimos no Largo do Carmo quando, entre a multidão, uma voz gritava ‘Há gajos da PIDE nos telhados!’?»
O sangrento assalto à sede da PIDE/DGS no 25 de Abril, a «caça aos pides» nas ruas de Lisboa, a espectacular fuga da prisão de Alcoentre no «Verão Quente» de 1975. Enquanto isso, os principais responsáveis do anterior regime abandonavam o país sem prisões nem julgamentos, o que, entre outros factores, condicionou decisivamente o destino a dar aos funcionários e agentes da polícia política do Estado Novo. Viagem por um passado que ainda é presente.
António Araújo
António Araújo (Lisboa, 1966) é licenciado e mestre em Direito e doutorado em História Contemporânea com uma tese sobre o caso da Capela do Rato. Autor de diversos livros e artigos sobre direito constitucional, história política e ciência política, publicou na Tinta-da-china os ensaios Matar o Salazar: O atentado de Julho de 1937 e «Morte à PIDE!»: A queda da polícia política do Estado Novo. É administrador-executivo e director de publicações da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Colabora regularmente na imprensa escrita — Diário de Notícias, Expresso, Público.