NIETZSCHE E A MODERNIDADE - Tinta da China
20%

COORDENAÇÃO: João ConstâncioScarlett Marton, Maria João Mayer Branco

«No contexto da obra nietzschiana, a crítica do conceito moderno de sujeito é um dos momentos‑chave da crítica da modernidade, uma crítica radical de um dos pilares da autocompreensão filosófica do homem moderno. O homem moderno é um ser estilhaçado ou, nas palavras de Nietzsche, uma ‘soma de contradições’; as suas pulsões perderam há muito a perfeita coordenação do organismo animal. Ora, a décadence é precisamente esta ‘anarquia das pulsões’; ou, dito de outro modo, ela é a necessidade de combater as pulsões, e esta necessidade resulta da sua falta de coordenação e consequente desagregação.
Para Nietzsche, o ‘contra‑movimento’ que torna pensável a luta contra a décadence é a arte, o ‘grande estimulante da vida’. É certamente por isso que a sua reflexão sobre a décadence é, em grande medida, uma reflexão sobre a arte. E isto num duplo sentido: enquanto crítica da decadência da arte moderna e enquanto reflexão sobre as potencialidades afirmativas da arte. É nesse contexto que se inserem as observações de Nietzsche sobre a natureza decadente da arte de Wagner e, em contraponto, as suas posições sobre a tragédia grega e a arte (e a vida) de Goethe.» — da Apresentação

Autores: António Marques, André Luís Mota Itaparica, André Martins, Giuliano Campioni, Ivo da Silva Júnior, João Constâncio, Maria Cristina Fornari, Maria Filomena Molder, Maria João Mayer Branco, Marta Faustino, Rogério Lopes, Sandro Barbera, Scarlett Marton, Wilson Antonio Frezzatti Júnior