
BRIGITTE BARDOT, MILES DAVIS, GASTRONOMIA, LUXOS E LITERATURA, PEDRADAS NOS BRANDOS COSTUMES: NUNCA SE VIU NADA ASSIM. ALMANAQUE, UMA REVISTA ÚNICA.
«O mais sacana possível», assim era o programa da Almanaque, a mítica revista que Cardoso Pires lançou em finais de 1959, com uma equipa de luxo — Sttau Monteiro, Alexandre O’Neil, Augusto Abelaira, Baptista-Bastos, Vasco Pulido Valente, José Cutileiro — e o grafismo ímpar de Sebastião Rodrigues, além da colaboração de todos os grandes nomes da cultura portuguesa do pós-guerra.
Durou pouco, 18 números, e o que dela ficou, ao fim destes anos todos, fica muito aquém daquilo que a Almanaque representou à época em que viu a luz, com a sua desconcertante originalidade. Foi uma aventura efémera e inconsequente, que este livro tenta recuperar e honrar, mas também uma pedrada no charco da tacanhez provinciana do Portugal-Salazar.
António Araújo
António Araújo (Lisboa, 1966) é licenciado e mestre em Direito e doutorado em História Contemporânea com uma tese sobre o caso da Capela do Rato. Autor de diversos livros e artigos sobre direito constitucional, história política e ciência política, publicou na Tinta-da-china os ensaios Matar o Salazar: O atentado de Julho de 1937 e «Morte à PIDE!»: A queda da polícia política do Estado Novo. É administrador-executivo e director de publicações da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Colabora regularmente na imprensa escrita — Diário de Notícias, Expresso, Público.