OBRA COMPLETA ÁLVARO DE CAMPOS - Tinta da China
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Poesia e prosa reunidas pela primeira vez num só volume.
Um contributo de peso para a estabilização do cânone pessoano.

A obra de Álvaro de Campos está no âmago das vanguardas históricas, da poesia lírica moderna e da obra pessoana, tomada em conjunto. A Álvaro de Campos estão atribuídas as grandes odes sensacionistas, alguns dos maiores poemas lírico-dramáticos da literatura portuguesa e as Notas para a recordação do meu mestre Caeiro, que deviam acompanhar o primeiro volume das obras reunidas projectadas por Pessoa: os Poemas Completos de Alberto Caeiro. Paradoxalmente, Pessoa atribuiu aos heterónimos e semi-heterónimos as suas principais obras, dando a Campos a Ode Triunfal, a Tabacaria e a hagiografia laica de Caeiro. Campos escreveu ainda cartas e avisos incendiários, deu entrevistas e respondeu a inquéritos, e infiltrou-se na vida e na obra de Pessoa. É como se Álvaro de Campos tivesse surgido para cumprir um desígnio que Fernando Pessoa anunciara em 1915: Portugal precisa dum indisciplinador.

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa (1888-1935) é hoje o principal elo literário de Portugal com o mundo. A sua obra em verso e em prosa é a mais plural que se possa imaginar, pois tem múltiplas facetas, materializa inúmeros interesses e representa um autêntico património colectivo: do autor, das diversas figuras autorais inventadas por ele e dos leitores.
Algumas dessas personagens, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, Pessoa denominou «heterónimos», reservando a designação de «ortónimo» para si próprio. Director e colaborador de várias revistas literárias, autor do Livro do Desassossego e, no dia-a-dia, «correspondente estrangeiro em casas comerciais», Pessoa deixou uma obra universal em três línguas que continua sendo editada e estudada desde que escreveu, antes de morrer, em Lisboa, «I know not what tomorrow will bring» [«Não sei o que o amanhã trará»].