OBRA COMPLETA DE ALBERTO CAEIRO (bolso) - Tinta da China

O único sentido íntimo das coisas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.

«Repare-se: O extraordinário valor da obra do sr. A[lberto] C[aeiro] está precisamente em ela ser obra de um místico materialista, de um abstrato que só trata das cousas concretas, dum ingénuo e simples que não pensa senão complexamente, dum poeta da Natureza que o é do espírito, dum poeta espontâneo cuja espontaneidade é o produto de uma reflexão profunda.»

Nascido em Lisboa, Caeiro foi um pastor que «viveu quase toda a sua vida no campo» e que «não teve profissão nem educação quase alguma». Ainda assim, Fernando Pessoa elevou-o à categoria de mestre de todos os heterónimos e de si mesmo. Mas que tipo de poeta é Caeiro: o mais natural ou o mais artificial que alguma vez existiu? O presente volume permite ler Alberto Caeiro respondendo a esta e a outras perguntas, agora com ortografia actualizada. Além de todos os seus livros de versos, inclui vários inéditos e textos que Pessoa projectou para a grande apresentação europeia de Caeiro em 1914. Este livro integra uma trilogia que dá a ler, pela primeira vez, as obras completas de Caeiro, Campos e Reis.

Colecção dirigida por Jerónimo Pizarro

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa (1888-1935) é hoje o principal elo literário de Portugal com o mundo. A sua obra em verso e em prosa é a mais plural que se possa imaginar, pois tem múltiplas facetas, materializa inúmeros interesses e representa um autêntico património colectivo: do autor, das diversas figuras autorais inventadas por ele e dos leitores.
Algumas dessas personagens, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, Pessoa denominou «heterónimos», reservando a designação de «ortónimo» para si próprio. Director e colaborador de várias revistas literárias, autor do Livro do Desassossego e, no dia-a-dia, «correspondente estrangeiro em casas comerciais», Pessoa deixou uma obra universal em três línguas que continua sendo editada e estudada desde que escreveu, antes de morrer, em Lisboa, «I know not what tomorrow will bring» [«Não sei o que o amanhã trará»].