
UMA DAS MAIS IMPORTANTES OBRAS DA LITERATURA UNIVERSAL
As Odes e os Epodos de Horácio (65-8 a.C.) constituem um marco da poesia latina e universal. São verdadeiros monumentos literários que sobreviveram praticamente intactos a cerca de dois milénios de história. Nesta edição, apresenta-se a sua tradução integral em verso, assim como a do Cântico Secular, com uma introdução a cada obra e, para cada poema, uma sinopse, notas e comentários.
Os Epodos (30 a.C.) são uma colecção de poemas compostos num ambiente político conturbado, com o homem que a posteridade conheceria como César Augusto a caminho de se tornar o primeiro imperador de Roma; nestas composições, a ironia, muitas vezes cruel, convive com a pureza estilística e a mestria artística que celebrizariam o seu autor no Ocidente. Já os quatro livros de Odes (23 a.C. – c. 11 a.C.) tornariam Horácio um dos grandes nomes da história da literatura mundial, com poemas que continuaram o exercício lírico dos gregos arcaicos e os transpuseram para o ambiente romano, cantando a brevidade da vida, a inevitabilidade da morte, o amor, o vinho e o poder da poesia em versos e expressões que se imortalizaram — como o famoso carpe diem da ode I, 11 ou a aurea mediocritas da ode II, 10.
TRADUÇÃO, INTRODUÇÃO E NOTAS: Pedro Braga Falcão
Horácio
Quinto Horácio Flaco nasceu em 65 a.C., na Venúsia, sul de Itália. Apesar de ser filho de um ex-escravo, teve condições para estudar em Roma e, posteriormente, em Atenas, onde lutou ao lado dos republicanos contra Octaviano (César Augusto). Derrotado em Filipos, na Grécia (em 42 a.C.), voltou a Roma numa condição precária, iniciando a sua carreira literária com os dois livros de Sátiras e os Epodos. Por esta altura, conhece Gaio Cílnio Mecenas, que lhe assegura a independência económica para se dedicar à escrita; seguem-se os primeiros três livros de Odes e o primeiro livro das Epístolas. O momento alto da sua carreira, porém, parece ter sido o Cântico Secular, hino religioso que serviu como clímax dos Jogos Seculares, celebrando o início de uma nova era, dominada por César Augusto, encomenda que lhe deu o fôlego necessário para escrever um quarto e último livro de Odes. Antes da sua morte, em 8 a.C., publicou ainda um segundo livro de Epístolas e a famosa Arte Poética.