PÓS-GUERRA FRIA - Tinta da China
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DA QUEDA DO MURO DE BERLIM À GUERRA NA SÍRIA: COMO O MUNDO MUDOU DEPOIS DA GUERRA FRIA

LIVRO DO ANO 2016Público

O fim pacífico da Guerra Fria foi assegurado pela concertação diplomática entre os Estados Unidos e a União Soviética. A nova ordem, fundada sob o signo da democracia liberal e da preponderância norte-americana, representou uma mudança estrutural nos equilíbrios internacionais, mas, paradoxalmente, preservou intactas as instituições do sistema multirateral criado no fim da Segunda Guerra Mundial. A «paz americana» terminou a 11 de Setembro de 2001, e a resposta dos Estados Unidos, com a invasão do Iraque, abriu um novo ciclo de crises.
Nos últimos dez anos, o retraimento estratégico americano, a paralisia europeia e a dinâmica revisionista da China e da Rússia confirmaram o declínio ocidental e a erosão da ordem democrática, cuja sobrevivência parece ameaçada pela vaga populista nos dois lados do Atlântico e pelos conflitos cada vez mais extremados no Médio Oriente.

«A catástrofe de uma guerra hegemónica é improvável, mas uma guerra entre potências regionais não é impossível. Com efeito, a ausência da coligação ocidental torna possível uma escalada que pode transformar a guerra indirecta no Médio Oriente numa guerra aberta entre as potências regionais, que não seria a primeira num contexto nuclear. Esse cenário não é inevitável — nenhuma guerra é inevitável —, mas a sua probabilidade crescente torna obrigatória uma revisão das estratégias dos Estados Unidos e dos seus aliados europeus.»
— Carlos Gaspar

Carlos Gaspar

Carlos Gaspar é investigador do Instituto Português de Relações Internacionais e professor convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É mestre em Ciências Políticas e Relações Internacionais (Institut d´Études Politiques de Paris) e doutorado em Relações Internacionais (Universidade Nova de Lisboa).
Foi consultor da Casa Civil dos presidentes Ramalho Eanes e Mário Soares (1977-1996), assessor político do presidente Jorge Sampaio (1996-2006) e director do Instituto Português de Relações Internacionais (2008-2011).
É assessor da Fundação Oriente e do Instituto de Defesa Nacional desde 2006 e membro do European Council on Foreign Relations, da Associação Portuguesa de Ciências Políticas e da International Studies Association. É autor de vários capítulos de livros e artigos em publicações nacionais e estrangeiras, e comentador de política internacional no Público, TSF, Radio France Internationale, RTP, RDP e SIC.