RAIO - Tinta da China
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NOVO TÍTULO DA COLECÇÃO DE POESIA DIRIGIDA POR PEDRO MEXIA

Canções (com João Bosco ou João Gilberto), anedotas teóricas (a mimese e o rouxinol, à Wallace Stevens), casos, despedidas e perfis (magistral, o de Murilo Mendes, comovido, o de Gastão Cruz), os poemas de Raio, sempre intrigados e muitas vezes interrogativos («what’s in a name?»), têm uma unidade na sua diversidade. Densos no verbo, graves no tema ou no tom, são apesar disso leves e ágeis nos processos, nas enumerações, no transporte do verso, na prosódia vigiada ou na vocação musical. A poesia, a vida e a «vida da poesia», para evocar de novo Gastão, equivalem-se, ainda que aquilo que num poema é transparente possa tornar-se enigmático no seguinte. E a evidente mestria técnica nunca se limita à técnica: veja-se aquele peixe morto num mercado, que nos inquieta com a força de uma metafísica agnóstica, meditativa, à Drummond. Depois de Retratos com Erro, voltamos nesta colecção à poesia sofisticada e comunicante de Eucanaã Ferraz, na qual a verdade das coisas, não sendo inatingível, dura apenas o tempo de um relâmpago.

— P.M.

*Envios a partir de 12 de Outubro

Eucanaã Ferraz

Eucanaã Ferraz nasceu no Rio de Janeiro, em 1961. É professor de Literatura Brasileira na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e consultor de literatura do Instituto Moreira Salles. Publicou oito livros de poemas — entre os quais Desassombro (2002, Prémio Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional), Sentimental (2012, Prémio Portugal Telecom para Melhor Livro de Poesia) —, reunidos em Portugal no volume Poesia (1990-2016), INCM. Pela Tinta-da-china, lançou Retratos com Erro (2019), que recebeu o Prémio Oeiras de Poesia. É também autor de poesia infanto-juvenil e organizou livros e antologias de e sobre Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso e Sophia de Mello Breyner Andresen.