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Narrativa autobiográfica sobre a vida num seminário dos anos 50. O autor descreve a incompatibilidade do seu quotidiano com o despertar da sexualidade e a dificuldade em lidar com um segredo infame da sua infância.

«Uma história de perda de fé e do seu retorno. Uma obra com a intensidade própria da boa ficção e o fascínio da verdade mais sóbria.»
— Hilary Mantel

John Cornwell tomou a decisão de se tornar padre quando tinha treze anos de idade – uma escolha algo bizarra para um rapaz que estivera retido numa «casa de correcção», depois de agredir uma freira na escola. Nascido e criado numa família disfuncional, Cornwell passa a infância deambulando pelas ruas de Londres, pelas ruínas da guerra, em busca de sarilhos. Um dia, em resposta a uma sugestão da sua mãe, decide oferecer-se como acólito da paróquia. A «dança dos rituais» e o som murmurado do latim acalmam-no e conquistam a sua imaginação. Pouco depois, abandona as ruas de Londres para ingressar no seminário de Cotton. É neste refúgio masculino, com o seu ritmo religioso e as suas práticas de devoção, que John vive a adolescência, dividido entre os seus sentimentos religiosos e a agressividade contida do seu passado londrino, entre a procura de Deus e a experiência de um primeiro beijo, entre a vigilância da alma e a da bela rapariga que nunca mais esqueceria.
Cornwell conta a história de um mundo hoje pouco conhecido: a comunidade dos padres; os rapazes e as suas relações intensas, quando não apaixonadas; a ameaça velada dos abusos num ambiente impenetrável. E conta-nos as dificuldades em lidar com um segredo infame da sua infância: a violência sexual de que foi alvo e que o perseguiria durante todo o período seminarista.