
«Há um local especial em África, mesmo único nas suas características, que, embora de reduzidas dimensões e limitada geografia – duas pequenas ilhas no Golfo da Guiné –, contém um conjunto arquitectónico e, diríamos, territorial, inigualável, que vem motivando um interesse novo nos investigadores. Falamos do arquipélago de S. Tomé e Príncipe e das suas cidades, mas sobretudo das suas celebradas roças.»
— José Manuel Fernandes
Em As Roças de São Tomé e Príncipe, os arquitectos e investigadores Duarte Pape e Rodrigo Rebelo de Andrade dedicaram-se ao levantamento e estudo dos espaços e da arquitectura histórica deste arquipélago. E alcançaram, na verdade, a edição mais aprofundada, inovadora, esclarecida e polifacetada que se conseguiu até hoje.
As roças e a sua arquitectura são aqui abordadas no seu enquadramento histórico e geográfico, nas suas origens e desenvolvimento, nas relações com a sociedade e a economia. E também, claro, nas perspectivas especificamente arquitectónicas: tipologias, planos de urbanização, formas e materiais. Nas suas viagens ao terreno, os autores foram acompanhados pelo fotógrafo Francisco Nogueira.
Duarte Pape
Duarte Pape (Lisboa, 1982) licenciou-se em Arquitectura pelo Instituto Superior Técnico, com trabalho final subordinado ao tema «Projecto urbano em Chelas», orientado pelo arquitecto Manuel Salgado (2006). Expôs no Festival Beyond Media, Florença, 2006, com o trabalho «Roman theatres according to the rules of Vitruvio».
Em 2007, iniciou a sua colaboração com o ateliê Promontório Architecture, desenvolvendo projectos nas áreas de retail, turismo, habitação e lazer, desde as fases de masterplan até ao projecto de execução e assistência técnica à obra (2007-2010). Colaborou ainda com os escritórios CPU Retail Architects e SMRS arquitectos. Desenvolve actualmente os seus próprios projectos, de entre os quais se destaca a Casa no Vale de Abelha (2012).
Dedica-se, com o arquitecto Rodrigo Rebelo de Andrade, ao estudo e intervenção no património de origem portuguesa em África, com especial enfoque nas roças de São Tomé e Príncipe. Autor de diversas publicações e comunicações dedicadas ao tema, criou e comissariou a exposição itinerante Inventar(iar) as roças de São Tomé e Príncipe, integrada na Sexta Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe (Lisboa e Seixal, 2012).
Rodrigo Rebelo de Andrade
Rodrigo Rebelo de Andrade (Lisboa, 1981) licenciou-se em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, com tese final de curso subordinada ao tema As roças de São Tomé e Príncipe – o passado e o futuro de uma arquitectura de poder, orientada pelo arquitecto Manuel Graça Dias (2008).
Foi bolseiro do programa Erasmus em Madrid, na ETSAM (Escuela Técnica Superior de Arquitectura), em 2007. Em 2008 iniciou a sua colaboração com o arquitecto Eduardo Souto Moura, desenvolvendo projectos nas áreas de habitação e turismo, desde as fases de estudo prévio até ao projecto de execução.
Dedica-se, com o arquitecto Duarte Pape, ao estudo e intervenção no património de origem portuguesa em África, com especial enfoque nas roças de São Tomé e Príncipe. Autor de diversas publicações e comunicações dedicadas ao tema, criou e comissariou a exposição itinerante “Inventar(iar) as roças de São Tomé e Príncipe”, integrada na Sexta Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe (Lisboa e Seixal, 2012).