SALAZAR E OS FASCISMOS - Tinta da China
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PRÉMIO FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBEKIAN PARA HISTÓRIA DA EUROPA 2019 (ACADEMIA PORTUGUESA DA HISTÓRIA)

O grande panorama da Europa fascista, visto à distância de décadas e à lupa do contexto histórico que a tornou possível. Um livro escorado no passado, mas que remete para o futuro político das sociedades ocidentais.

«O fascismo não cai do céu aos trambolhões. Não é um clube político fruto do ‘espírito do tempo’, ou uma ideia na moda. Não é um produto maléfico saído da psique perturbada de alguns chefes, não é a expressão de características específicas de certos povos ou etnias, em suma, não é uma aberração política e ideológica misteriosa que se abate inopinadamente, como uma pandemia, sobre o liberalismo oligárquico e as sociedades europeias do pós-Primeira Guerra Mundial. […] O grande cenário para a emergência dos fascismos na Europa é a crise do sistema liberal. […]
É certo que a História nunca se repete na sua factualidade. O fascismo dos anos 20 e 30 também não. Os movimentos que, na segunda metade do século XX e no início do presente, o pretenderam mimetizar transformaram-se invariavelmente em grupos de actividades criminais ligados à violência racista, ao tráfico de armas ou de drogas; ou seja, repetem-se como farsa marginal e de delinquência, mas sem qualquer influência real na sociedade ou expressão política relevante. Não foi ali que a serpente pôs o ovo.»

Fernando Rosas

Fernando Rosas nasceu em Lisboa em 1946. É professor catedrático jubilado no Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e foi presidente do Instituto de História Contemporânea da mesma faculdade. Desenvolve o seu percurso académico sobretudo em torno da História Contemporânea e da História de Portugal no século XX. Foi membro do conselho de redacção da revista Penélope — fazer e desfazer a História, e director da revista História.
Entre as obras que publicou contam-se: Salazar e os Fascismos (2019); Salazar e o Poder — A arte de saber durar (Prémio PEN Ensaio 2012); Lisboa RevolucionáriaHistória da Primeira República Portuguesa (com Maria Fernanda Rollo); Estado Novo e Universidade — A perseguição aos professores (com Cristina Sizifredo); História e MemóriaEstado Novo nos Anos Trinta — Elementos para o Estudo da Natureza Económica e Social do Salazarismo (1928-1938); coordenação de Portugal e o Estado Novo (1930-1960), vol. XII; Nova História de Portugal (dir. Joel Serrão e A.H. de Oliveira Marques); Estado Novo (1926-1974), vol. VII; História de Portugal (dir. José Mattoso); Portugal Século XX: 1890-1976: Pensamento e Acção PolíticaA Transição Falhada: o Marcelismo e o Fim do Estado Novo: 1968-1974 (coord. com Pedro Aires Oliveira).
Tem livros e artigos publicados em Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos da América e Brasil. Em 2006, foi condecorado pelo presidente da República com a Ordem da Liberdade.