TEATRO ESTÁTICO - Tinta da China
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TEATRO PESSOANO REUNIDO PELA PRIMEIRA VEZ EM LIVRO

Publicada no primeiro número da revista Orpheu, O Marinheiro é a peça mais conhecida de Pessoa, embora não esgote de todo a sua criação teatral. A dramaturgia ocupou lugar de relevo na ambição pessoana de ser diverso e serviu de palco a todos os grandes temas da sua obra. Este volume colige 14 peças e muitos materiais inéditos, trazendo para a boca de cena mais uma das prodigiosas facetas criativas de Fernando Pessoa.

«Pessoa teve uma natureza dramatúrgica, mesmo quando esse carácter se revelou pela despersonalização poética, originando mais de uma centena de autores fictícios. Relembremos que o universo heteronímico – indubitavelmente um dos aspectos mais significativos da sua criação literária – foi definido como “um drama em gente”, na Tábua Bibliográfica publicada na revista Presença, em 1928. A experiência dramatúrgica da heteronímia não foi, contudo, única: na verdade, os textos dramáticos de Pessoa precedem o desenvolvimento dos heterónimos.»
— Filipa de Freitas e Patricio Ferrari, Apresentação

Colecção dirigida por Jerónimo Pizarro

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa (1888-1935) é hoje o principal elo literário de Portugal com o mundo. A sua obra em verso e em prosa é a mais plural que se possa imaginar, pois tem múltiplas facetas, materializa inúmeros interesses e representa um autêntico património colectivo: do autor, das diversas figuras autorais inventadas por ele e dos leitores.
Algumas dessas personagens, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, Pessoa denominou «heterónimos», reservando a designação de «ortónimo» para si próprio. Director e colaborador de várias revistas literárias, autor do Livro do Desassossego e, no dia-a-dia, «correspondente estrangeiro em casas comerciais», Pessoa deixou uma obra universal em três línguas que continua sendo editada e estudada desde que escreveu, antes de morrer, em Lisboa, «I know not what tomorrow will bring» [«Não sei o que o amanhã trará»].