TEMPO DE DÁDIVAS - Tinta da China
10%

TRAVESSIA POR UMA EUROPA PRÉ-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
A PÉ ATÉ CONSTANTINOPLA: DA COSTA HOLANDESA À HUNGRIA

«O jovem Leigh Fermor percorreu o continente num momento funesto da história da Europa. Os anos trinta do século XX foram um tempo de recordar e também um tempo de espera. A velha Europa, a Europa dos príncipes e camponeses, do imperador Francisco José e do Kaiser Guilherme, das antigas cidades grandiosas ainda intactas e das tradições seculares até então honradas, continuava presente na consciência pública. Também a preocupação com a catástrofe que havia de acontecer estava, contudo, intermitentemente presente, ainda que, em geral, recalcada: 1933, o ano em que Leigh Fermor pisou a Alemanha pela primeira vez, também foi o ano em que Hitler chegou ao poder. (…)
O poder de atracção essencial desta personagem, tão fresca e cheia de esperança, em contraste com a majestade condenada de um continente ancestral, torna Tempo de Dádivas uma obra única nas letras inglesas. É um livro culto, assombroso, prodigiosamente talentoso, mas também inocente. De que outra obra se pode dizer o mesmo?»
—Jan Morris, Introdução

Patrick Leigh Fermor

Patrick Leigh Fermor nasceu em 1915, em Londres, de ascendência inglesa e irlandesa. Aos dezoito anos decidiu ir a pé até Constantinopla, a partir de uma pequena cidade da Holanda. Essa viagem deu origem ao livro A Time of Gifts(1977), que o consagrou como um dos grandes escritores de viagens do século xx. Escreveu ainda, entre outros, The Traveller´s Tree (1950), Mani (1958), Roumeli (1966) e Between the Woods and the Water (1986).
Em 1939, Fermor alistou-se no exército irlandês e foi combater na Grécia, vivendo dois anos disfarçado de pastor nas montanhas de Creta, onde organizava a resistência à ocupação germânica. Em 1944, liderou a captura do general alemão Heinrich Kreipe, façanha celebrizada no filme Ill Met by Moonlight (1957). O documentário The 11th Day(2003), sobre a resistência em Creta, inclui uma entrevista a Fermor onde ele relata a sua vivência militar grega. Recebeu duas importantes condecorações militares britânicas — Order of the British Empire (1943) e Distinguished Service Order (1944) — e era cidadão honorário de três cidades gregas — Heraklion (Creta), Kardamyli e Gytheion (Peloponeso).
Os seus livros foram galardoados com vários prémios literários: Heinemann Foundation Prize for Literature; WH Smith Literary Award; Lifetime Achievement Award (British Guild of Travel Writers); Thomas Cook Travel Award; Duff Cooper Memorial Prize. Foi ainda distinguido como Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras (França) e Comandante da Ordem da Fénix (Grécia). Em 2014, foi criada a Patrick Leigh Fermor Society.
A partir de 1968, viveu entre a Grécia, numa casa que construiu com a mulher, perto de Kardamyli, e Worcestershire, em Inglaterra, onde morreu em 2011, aos 96 anos.