TEMPO DE SILÊNCIO - Tinta da China
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Patrick Leigh Fermor (1915-2011) transformou a sua vida de aventuras em livros que se tornaram clássicos contemporâneos. Mas Tempo de Silêncio é o avesso das peripécias da viagem a pé desde uma pequena cidade holandesa até Constantinopla, ou da adrenalina sob o disfarce de pastor que em plena guerra mundial organizava a resistência à ocupação alemã numa ilha grega. Aqui encontramos um escritor em recolhimento: nas austeras abadias de França, e nos impressionantes mosteiros na rocha da Capadócia.

«O nosso mundo é ainda mais ruidoso do que era nos anos 1950, quando Fermor escreveu este livro: a música enlatada e os telemóveis não param de tilintar, e foge‑se do silêncio e da solidão como se fossem estranhos. Vivemos num tempo de certezas contraditórias e estridência religiosa. [Mas] há modos mais profundos e autênticos de se ser religioso. Pouquíssimos de nós são capazes de ser freiras ou monges contemplativos, mas podemos aprender a dar valor ao modo como estes vivem o sagrado, e integrar algo dessa disciplina tranquila e silenciosa nas nossas próprias vidas. Este livro precioso ajuda‑nos a fazer precisamente isso.»
— Karen Armstrong, Prefácio

Patrick Leigh Fermor

Patrick Leigh Fermor nasceu em 1915, em Londres, de ascendência inglesa e irlandesa. Aos dezoito anos decidiu ir a pé até Constantinopla, a partir de uma pequena cidade da Holanda. Essa viagem deu origem ao livro A Time of Gifts(1977), que o consagrou como um dos grandes escritores de viagens do século xx. Escreveu ainda, entre outros, The Traveller´s Tree (1950), Mani (1958), Roumeli (1966) e Between the Woods and the Water (1986).
Em 1939, Fermor alistou-se no exército irlandês e foi combater na Grécia, vivendo dois anos disfarçado de pastor nas montanhas de Creta, onde organizava a resistência à ocupação germânica. Em 1944, liderou a captura do general alemão Heinrich Kreipe, façanha celebrizada no filme Ill Met by Moonlight (1957). O documentário The 11th Day(2003), sobre a resistência em Creta, inclui uma entrevista a Fermor onde ele relata a sua vivência militar grega. Recebeu duas importantes condecorações militares britânicas — Order of the British Empire (1943) e Distinguished Service Order (1944) — e era cidadão honorário de três cidades gregas — Heraklion (Creta), Kardamyli e Gytheion (Peloponeso).
Os seus livros foram galardoados com vários prémios literários: Heinemann Foundation Prize for Literature; WH Smith Literary Award; Lifetime Achievement Award (British Guild of Travel Writers); Thomas Cook Travel Award; Duff Cooper Memorial Prize. Foi ainda distinguido como Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras (França) e Comandante da Ordem da Fénix (Grécia). Em 2014, foi criada a Patrick Leigh Fermor Society.
A partir de 1968, viveu entre a Grécia, numa casa que construiu com a mulher, perto de Kardamyli, e Worcestershire, em Inglaterra, onde morreu em 2011, aos 96 anos.