TEMPO E NARRATIVA NO CINEMA DE MANOEL DE OLIVEIRA - Tinta da China
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(RE)DESCOBRIR O MAIOR REALIZADOR PORTUGUÊS
Sob a perspectiva do tempo

Este livro explora a cosmovisão e a identidade estética do cinema de Manoel de Oliveira na perspectiva da temporalidade. Partindo da noção do cinema como arte narrativa, cruza as reflexões do cineasta acerca da sua criação com uma atenção concreta a cada um dos seus filmes e à obra como um todo, em busca da trave-mestra que sustenta o seu pensamento e o seu acto criativo. Daqui ressalta o olhar do artista — um olhar radicalmente interrogativo e combativo —, revelador de profunda escuta, de intenso desejo e de incansável labor experimental.
A obra oliveiriana faz do tempo — e da consciência sobre ele — a matéria «plástica» sobre a qual se exerce um trabalho estético de ressonâncias escatológicas, desafiando o espectador ao confronto com a sua própria humanidade.

«A estética oliveiriana não se baseia na transparência do registo, mas também não é artificial. É um cinema em permanente construção que desafia o que se pensa como evidente […]. A luminosidade e a escuridão memoriais das origens do cinema habitam-no e indiciam o que há a (re)descobrir. É o passado e o presente. Através de um foco limitado, necessário para o aprofundamento, este livro tem a grande virtude de nos dar a conhecer esta consciência do tempo que provém do trabalho criativo sobre a narrativa fílmica nos filmes de Oliveira.»
— Sérgio Dias Branco, Prefácio

Maria do Rosário Lupi Bello

Maria do Rosário Leitão Lupi Bello é professora auxiliar na Universidade Aberta nas áreas dos estudos fílmicos, da teoria da literatura e dos estudos interartes, tendo leccionado Narratologia Fílmica na Universidade de Coimbra e sido responsável por vários cursos de pós graduação em literatura, teatro e cinema no Brasil (USP, PUC-SP e UNESP). É membro integrado do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Universidade Católica Portuguesa, onde coordena o Grupo de Pesquisa em Literatura, Cinema e Religião, e fez parte da direcção da Associação de Investigadores da Imagem em Movimento, no âmbito da qual trabalha sobre «teorias dos cineastas». Tem desenvolvido a sua investigação e publicado regularmente nas áreas dos estudos fílmicos e da teoria da narrativa, com particular enfoque em realizadores como Manoel de Oliveira, Robert Bresson, Andrei Tarkovsky e Carl Dreyer. De entre as suas principais publicações, destaca-se Narrativa Literária e Narrativa Fílmica: O caso de «Amor de Perdição» (Fund. C. Gulbenkian/FCT, 1.ª ed. 2005 – 2.ª ed. 2008).