TRABALHOS E PAIXÕES DE FERNANDO ASSIS PACHECO - Tinta da China
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«Por ser verdadeira, é maravilhosa esta biografia. Assis era um poeta, jornalista e amigo. Era um escritor em todos os sentidos. Nuno Costa Santos trouxe-o outra vez à vida.»
— Miguel Esteves Cardoso

Jornalista e escritor, Fernando Assis Pacheco (1937-1995) marcou, pelas suas invulgares qualidades intelectuais e de personalidade, toda uma geração. As reportagens e crónicas que escreveu para o Diário de Lisboa, o República, O Jornal e a Visão, entre outros, quebraram os cânones e abriram caminho a novas formas, mais literárias, de fazer jornalismo. A sua figura tornou-se extremamente popular após a participação no concurso televisivo «A Visita da Cornélia». Foi um homem de esquerda e opositor declarado da ditadura, publicando os primeiros poemas contra a guerra colonial. Esta é a sua primeira biografia.

«Sou o Fernando Assis Pacheco, 41 anos, um pasmado sem cura. Tudo me espanta, gramo a vida, quero morrer mais lá para o Verão.» Assim respondia Assis à pergunta «quem és tu?», feita por Rogério Petinga na edição de 13 de Novembro de 1978 do jornal «A Luta». A entrevista, surpreendente e desconcertante, continua no mesmo registo. Às perguntas «Consideras‑te deprimido, introvertido, extrovertido, calmo, fogoso? A que signo pertences? Dás‑lhes importância?», Assis Pacheco responde desta maneira chã: «A partir do fim: sou Aquário, mas não ligo peva. Sou todos os adjectivos da pergunta, mas também inteligente, esquizóide, reinadio, arrebatado, ponderado e extravagante, embora à vez, para não chatear o indígena.»
(do capítulo Um pasmado sem cura

Nuno Costa Santos

Nuno Costa Santos é escritor e guionista. Colabora com as revistas LER e Sábado e participou no blogue colectivo Sinusite Crónica. Tem trabalhado em imprensa, televisão e rádio. É professor de escrita criativa.